"Nasci numa família pobre, mas me criei com amor e na amizade." é assim que Mestre Faustino faz questão de se apresentar. Nascido na Comunidade rural Pacuí-Claro, em Ourém/PA, foi criado trabalhando na pesca, na caça e com artesanato. Faz arte por toda parte, de tudo um pouco: de instrumentos musicais a telhado de casa, passando por tarrafas e malhadeiras para pescar, cestos para guardar e vassoura para limpar.
Mestre Faustino também é o Amo do Boi Bumbá Pai do Campo e sempre coloca na rua seu Batalhão (formado por seus familiares e seguidores) levando a mensagem de preservação da natureza, que carrega naturalmente dentro de sí, refletida em seus cantos, que sempre encantam:
Meu batalhão saiu na rua mostrando a sua beleza
Ele veio pedir pro povo a preservação da natureza
Não derrube a mata triste que é isso que Deus não quer
Se derrubar a mata virgem vai secar nossos igarapés
Se secar nossos igarapés só Deus que pode nos valer
Não temos água para tomar banho principalmente para beber
A mata virgem que eu falo ontem eu passei por lá
Só vi o capim crescendo e o gado manso urrar.
Mestre Faustino baseia sua vida no amor e respeito à mãe natureza, mostrando, como poucos, uma sensibilidade ecológica à flor da pele. Sempre preocupado em transmitir esses valores às novas gerações, na esperança de educá-los para não destruir a natureza e nem matar os animais, sobretudo porque lá pelas bandas de Ourém, vê-se uma extração predatória e desordenada do seixo, atividade econômica que destrói as margens dos rios e igarapés, devasta a floresta, afugenta peixes e animais, contribuindo assim para o aumento da temperatura da Terra. Esses efeitos são sentidos na pele pelo próprio Mestre Faustino, que hoje tem dificuldade de pescar seu peixinho para tomar com açai e sente que o calor aumentou muito.
Mestre Faustino é um pai dos campos naturais, dos rios e igarapés da cidade de Ourém. Vida longa a Mestre Faustino. Viva Mestre Faustino!!!
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