S. Biló ao lado de sua esposa, ladeado por seu filho e irmão. foto : Jonas Banhos |
Só que nem sempre foi assim. Mestre Biló precisou, muitas vezes, endurecer para enfrentar os coronéis exploradores dos povos da floresta, quando mais novo. A área da hoje Resex-Cajari era empestada por latifundiários, que se diziam dono de terras que muitas vezes nem conheciam, cujos verdadeiros donos já viviam lá desde muito antes da chegada desses escravizadores, colonizadores tupiniquins, verdadeiros exploradores dos povos que lá viviam.
Essa gente se aproveitava do isolamento geográfico, do pouco ou nenhum estudo dos moradores, da inocência e da ausência completa do Estado e, assim, abusavam dos direitos humanos mais básicos dos moradores daquelas comunidades. Além de explorar sua mão-de-obra, trocando castanha e borracha por mantimentos vendidos a peso de ouro, ainda queiram usufruir das mulheres dos moradores. Mas, com S. Biló foi diferente. Resistiu aguerridamente contra as investidas do Coronel Júlio e seus capatazes e nunca permitiu que qualquer um mexesse com a honra de sua digna esposa e de suas filhas.
Hoje, Mestre Biló, na faixa dos 70 anos, tem prazer em relembrar e contar essas histórias (e muitas outras) de luta àqueles poucos visitantes que conseguem vencer o, ainda hoje, isolamento geográfico da sua comunidade ribeirinha Tapereira.
S. Biló é um mestre em contar boas histórias!!! É um livro vivo, raro, do tempo que se chamava a "dama" para dançar com lenço ao som de clarinete, viola de taboca, mas sem os tambores do tempo de seu pai, possivelmente mais um descendente dos povos da mãe África.
Veja aí os vídeos com Mestre Biló e divirta-se:
http://www.youtube.com/watch?v=HVnBTuojpGE
http://www.youtube.com/watch?v=RfHw5i9XokU&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=ns1SEYl1zJ8&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=OehntlJb-o0&feature=related
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