terça-feira, 25 de setembro de 2012

Dona Santinha da Alma, do Coração e do Capim Dourado.



Esta é a Dona Santinha da Alma, do Coração e do Capim Dourado.

É uma doce guerreira extrativista do capim dourado do Jalapão e uma biblioteca viva da Comunidade Quilombola da Mumbuca. 
Há anos vem guardando dentro de sí os saberes, as cantigas e as poesias ancestrais herdadas de seus antepassados. E, seguindo a tradição oral, vem re-passando, com-partilhando esses saberes com amor e re-sistência às novas gerações.

É uma das mais antigas guardiãs do capim dourado, "porque antes tinha muito, agora já tem pouco". Não cansa de lembrar a todos que "o capim dourado é uma mãe pro Jalapão todo, não só pro Mumbuca, porque deu a condição do povo adquirir um fogão, uma cama, uma rede..." Dona Santinha tece o capim dourado, colhido uma vez por ano, para transformar em belas artes, que correm o Brasil e o mundo, nas mãos de turistas encantados com a beleza dos povos e da natureza viva, fervilhante e apaixonante do Jalapão.

"Capim dourado
dourado pelo cerrado
dourado pra todo lado
dourado quer me dourar

Capim dourado
dourado pelo cerrado
dourado pra todo lado
dourado quero adorar

Capim dourado
dourado antes do tempo
tem a hora e o momento
de colher e de plantar
Capim dourado
nos dá tudo do sustento
quem faz dele o seu talento
tá cuidando pra ganhar

Capim dourado
douradinho de beleza
pelas mãos da natureza
a riqueza e o pão Jala

Capim dourado
é um fruto do cerrado
e o cerrado se cerrado
se queimar do que será
da gente que vive
que sonha ser contente
com fruto e futuro pela frente
quem sente é quem sabe cuidar"



Vida longa à Dona Santinha,
nossa mestra griô do Jalapão,
da alma, do coração e do capim dourado!
Viva a Dona Santinha,
nossa Cultura Viva!!!


Jonas Banhos (facebook)
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